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“A imaginação de Kant e os dois objetos para nós” – Tese de doutorado de Olavo Calábria Pimenta (UFMG/2012)

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“A imaginação de Kant e os dois objetos para nós” (Tese de doutorado – UFMG/2012)

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/BUOS-99BFJZ

Autor: Olavo Calábria Pimenta (calabria@defil.ufu.br)

Orientador: Rodrigo Antonio de Paiva Duarte
Banca: Rodrigo Antonio de Paiva Duarte, Joaosinho Beckenkamp; Virginia de Araujo Figueiredo; Zeljko Loparic; Helio Lopes da Silva

Apresentação:

Partindo de um problema que descobrimos durante a pesquisa do Mestrado em Filosofia (UNICAMP/2003) referente à distinção kantiana entre dois tipos de objetos para nós, o aparecimento [Erscheinung] e o fenômeno [Phaenomenon] (cf. KANT, KrV: A248), fundada na relação que apenas os fenômenos possuem com regras de unidade conceituais, buscamos compreender quais seriam os pressupostos e as consequências desta distinção. Cogitamos inicialmente que a resposta poderia ser encontrada na doutrina do Esquematismo, já que é este o procedimento que torna possível a aplicação dos conceitos do entendimento aos objetos da intuição sensível. Porém, o extenso percurso desta tentativa não foi ainda suficiente e somente obtivemos êxito ao elaborarmos uma caracterização original da imaginação [Einbildungskraft] em Kant, justamente a faculdade responsável pela produção dos esquemas. Nesta etapa, em que a utilização da “Antropologia de um ponto de vista pragmático” (1798) foi decisiva, sustentamos que Kant concebe a imaginação como faculdade sensível e, mesmo assim, espontânea, que opera mediante uma duplicidade de condutas, isto é, tanto de modo livre (com autonomia), quanto dirigida por regras intelectuais (com heteronomia), realizando sínteses unitárias da multiplicidade sensível a priori ou a posteriori, seja voluntária ou involuntariamente. Com esta interpretação encontramos um modo de superar vários dilemas e obscuridades que costumam ser apontados na obra de Kant, particularmente no que diz respeito ao papel que os sentidos, a faculdade da imaginação e o entendimento desempenham na “Estética” e “Analítica” transcendentais da Crítica da razão pura. Concluímos que as sínteses da apreensão e da reprodução são elaboradas de modo autônomo e resultam na construção dos aparecimentos, enquanto objetos conceitualmente indeterminados da intuição empírica (cf. KrV: A20/B34) e que a síntese da recognição é a única realizada de modo heterônomo e resulta na produção dos fenômenos. De acordo com uma metáfora de Kant, podemos dizer que no primeiro caso obtemos intuições cegas (não examinadas discursivamente) e, no segundo, tais intuições tornam-se “esclarecidas” pelo intelecto. Ao final, mostramos como esta interpretação permite reconciliar as duas versões da “Dedução das categorias” publicadas nas edições A e B da Crítica da razão pura.

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