Representações sensÃveis e apercepção originária
Palavras-chave:
sentidos, consciência, percepção, entendimento, apercepçãoResumo
Embora seja bastante claro que Kant atribua a animais não-racionais algo pelo menos bastante próximo do que em nós chamamos de representação, bem como uma faculdade da sensibilidade, ele lhes nega entendimento e cognição ou conhecimento. Mais relevante, contudo, é observar que Kant nega aos animais não-racionais a possibilidade de cognição porque, segundo ele, eles não têm capacidade de consciência. Meu propósito nesse texto é examinar algumas observações kantianas sobre capacidades cognitivas visando a explicar por que mesmo nossa faculdade dos sentidos pode ser dita especificamente humana em função da relação dos sentidos com a apercepção, em particular, em razão da relação entre percepção e unidade originariamente sintética da apercepção.Referências
ALLAIS, L. Manifest reality: Kant’s idealism and his realism, Oxford: Oxford University Press, 2015.
CONANT, J. “Why is Kant not a Kantianâ€, In: Philosophical Topics, 44(1), 2016, pp. 75-125
FAGGION, A. “Bookreview: Kant and Non-Conceptual Contentâ€. Manuscrito – Rev. Int. Fil., 36 (2), 2013, pp. 343-354
FONSECA, R. D. “Percepção Objetiva, Espaço Egocêntrico e Não-Conceitualismo Kantiano: Uma Primeira Aproximaçãoâ€, In: KANT E-PRINTS (ONLINE), v. 12, p. 104-130, 2017.
GINSBORG, H. “Was Kant a nonconceptualist?â€, In: Philosophical Studies 137(1), 2008, pp. 65-77
GRIFFITH, A. “Perception and the categories: a conceptualist reading of Kant’s Critique of pure reasonâ€. European journal of Philosophy 20(2), 2010, pp. 193-222
HANNA, R. “Kantian non-conceptualismâ€, In: Philosophical Studies, 137(1), 2008, pp. 41-64
HEIDEMANN, D. H. (ed.) Kant and Non-Conceptual Content. London, Routledge: 2013.
KANT, I. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2009.
KANT, I. “Letter to Marcus Hertz, May 26th 1789â€. trad. A. Zweig, Correspondence (The Cambridge edition of the works of Immanuel Kant), Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
KANT, I. CrÃtica da razão prática. Trad. Valeiro Rohden, Martins Fontes, 2015.
KANT, I. CrÃtica da razão pura. Trad. Fernando C. Mattos, Editora Vozes, 2012.
KANT, I. Lectures on logic (The Cambridge edition of the works of Immanuel Kant), Trad. J. M. Young. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.
KANT, I. Lectures on Metaphysics (The Cambridge edition of the works of Immanuel Kant). Trad. K. Ameriks and S. Naragon. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
KANT, I. Lógica de Jäsche. Trad. de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992.
LAND, T. “Kantian Conceptualismâ€, In: ABEL, G. & CONANT, J. (eds) Rethinking Epistemology. De Gruyter, 2011, p. 197-239
McLEAR, C. “Kant on animal consciousnessâ€. Philosophers’ Imprint, 11(15), 2011, pp. 1-16
TOLLEY, C. “The meaning of perception in Kant and his historical contextâ€, In: WAIBEL, Violetta, RUFFING, Margit, WAGNER, David. Acten des XII. Internationalen Kant-Kongresses. Berlin/Boston: De Gruyter, 2018, pp. 3243-3252.
TOLLEY, C. “The non-conceptuality of the content of intuitions: a new approachâ€, In: Kantian review 18(1), 2013, pp. 107-136
TORRES, J. C. B. “Determinação categoria e sÃntese da apreensãoâ€, In: Studia Kantiana. V. 6, n 6/7, 2008.
ZÖLLER, G. “Of empty thoughts and blind intuitions, Kant’s answer to McDowellâ€, In: Trans-/Form/Ação. 3 (1), 2010, pp. 56-96
ZÖLLER, G. “Not Seeing and Seeing Nothing. Kant On the Twin Conditions of Objective Reference" (Não vendo e vendo nada. Kant sobre as duplas condições de referência)â€, In: Kant e-Prints, Series 2, 8 (2), 2013, pp. 1-21.