Racionalização da Natureza: Cosmopolitismo kantiano como uma predisposição natural?

Autores

  • Emiliano Acosta Vrije Universiteit Brussel / Ghent University

Palavras-chave:

Kant, Agamben, cosmopolitismo, natureza, razão, epigênese

Resumo

Tendo como ponto de partida e fio condutor a tese de Agamben sobre a “máquina antropológicaâ€, tal como aparece em seu L’aperto: l’uomo e l’animale, meu artigo procura verificar se o conceito de Agamben de “máquina antropológica†serve, em linhas gerais, para tornar visíveis os mecanismos de exclusão da antropologia política kantiana. A tese de Agamben, segundo a qual o político e a política se baseiam na diferença absoluta entre humano e animal, não resulta de todo adequada/convincente? à luz da proposta kantiana exposta principalmente em Idee zu einer allgemeinen Geschichte in weltbürgerlicher Absicht de 1784, onde Kant concebe o cosmopolitismo fundamentalmente como uma disposição natural. Procuro, assim, aprofundar o tema kantiano do natural (predisposição, germe) no político, e para isso aduzo exemplos sobre a maneira como a racionalização do natural no homem gera no pensamento kantiano mecanismos extremos de exclusão social e política, baseados na disjunção humano/inumano.

Referências

ACOSTA, E. “Power, Public Opinion, Right of Rebellion and Revolution in the Tractatus Theologico-politicus. Toward a Deconstruction of the Radicalness of Spinoza’s Political Thoughtâ€. Em: TORME, T. & LANDENNE, Q. (ed.) L’actualité du Tractatus de Spinoza et la question théologico-politique, series: Philosophie politique: généalogies et actualités, Brussel: Presses Universitaires de Bruxelles, pp. 247-265, 2014.

AGAMBEN, G. The open: man and animal. Trad. Attell K.; Stanford: Stanford University Press, 2004.

AGAMBEN, G. La communità che viene. Torino: Bollati Boringhieri, 2001.

ARCHIBUGI, D.; HELD, D. & KÖHLER, M., (ed.), Re-imagining Political Community. Cambridge: Polity Press, 1998.

ARENDT, H. The Human Condition. Garden City, NY: Doubleday Anchor Books, 1959, pp.12-16.

BENGEL, J. A. Erklärte Offenbarung Johannis oder vielmehr Jesu Christi. Stuttgart, Erhardt, 1740, p. 345.

CHRIESTLIEB, W. B. Gründliche Beurtheilung des Zeit-Punkts darinnen wir nach der Offenbarung Jesu Christi gegenwertig [sic] leben. Frankfurt a.M./Leipzig 1758, p. 30.

HABERMAS, J. “Kant’s Idea of Perpetual Peace, with the Benefit of two Hundred Years Hindsightâ€, in: BOHMAN, J. & LUTZ-BACHMANN, M., Perpetual peace: essays on Kant's cosmopolitan ideal. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1997.

HEIDEGGER M. Sein und Zeit. Tübingen: Max Niemeyer, 2001 (18. ed.).

HELD, D. Democracy and the Global Order. From the Modern State to Cosmopolitan Governance. Standford: Stanford University Press, 1995.

MENTZEL, H. Gründliche Anleitung, billig und recht nach göttlicher Absicht von der Freyheit des Menschen zu urtheilen. Leipzig, Bresslau, 1739.

MIGNOLO, W. “The many faces of Cosmo-polis: Border Thinking and Critical Cosmopolitanismâ€, in: Public Culture 12/3 (2000), 721-748.

ZAMMITO, J. “Kant’s persistent Ambivalence toward Epigenesis, 1764-1790â€, in: HUNEMANN, Ph. (ed.), Understanding Purpose: Kant and the Philosophy of Biology. Rochester: University of Rochester Press, pp. 51-74 (esp. p. 62), 2007.

Downloads

Publicado

2016-08-30

Edição

Seção

Artigos