Pensar por si mesmo e uso público da razão – Kant e a Universidade nos limites da razão

Autores

  • Ricardo Terra Universidade de São Paulo / CEBRAP

Palavras-chave:

Selbstdenken, ensino, uso público da razão, universidade

Resumo

Este texto tem por objetivo revisitar a relação entre as reflexões de Kant sobre o ensino da filosofia e a centralidade da liberdade plena no exercício da pesquisa. A primeira parte indica a maneira como Kant concebe o ensino como guia, como atividade e exercício que conduzem o aluno e, principalmente, o estudante universitário a pensarem por si mesmos. Também se procura seguir o caminho da noção de pensar por si mesmo desde os primeiros escritos dos anos 1760 até que se torne uma das máximas do entendimento comum. A segunda parte recupera a concepção kantiana de esfera pública, partindo da Crítica da razão pura até os textos da década de 1790, e conclui com a concepção de universidade cosmopolita centrada na Faculdade de Filosofia.

Referências

ARENDT, H. “Verdade e política†[1968]. In: Entre o passado e o futuro. Tradução: Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspectiva, 1972.

ARENDT, H. Lições sobre a filosofia política de Kant. Tradução: André Duarte Macedo. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1993.

CLARKE, M. “Kant’s Rhetoric of Enlightenmentâ€. In: The Review of Politics, vol. 59, no.1, 1997.

HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública [1962]. Tradução: Denilson Werle. São Paulo: Unesp, 2011.

HERDER, J. G. Briefe zur Beförderung der Humanität [1793-97]. 2. ed. Berliner Ausgabe, 2013.

HÖLSCHER, L. “Öffentlichkeitâ€. In: Geschichtliche Grundbegriff. Band 4. Org. Otto Brunner, Werner Conze, e Reinhardt Koselleck. Stuttgart: Klett-Cotta, 1978.

HUMBOLDT, W. “Unmaßgeblich Gedanken über den Plan zur Eirichtung des Litauischen Stadtschulwesens†[1809]. In: Werke IV – Schriften zur Politik und zum Bildungswesen. Darmstadt: WBG, 2010

KANT, I. Gesammelte Schriften: herausgegeben von der Deutschen Akademie der Wissenschaften. 29 vols. Berlin: Walter de Gruyter, 1900-

KANT, I. “Investigação sobre a evidência dos princípios da teologia natural e da moral†[1764]. Tradução: Luciano Codato. In: Escritos pré-críticos. São Paulo: Unesp, 2005.

KANT, I. “Notícia do Prof. Immanuel Kant sobre a organização de suas preleções no semestre de inverno de 1765-1766â€. In: Lógica. Tradução: Guido de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992.

KANT, I. “Carta a Marcus Herz†[1772]. Tradução: Antonio Marques. In: Dissertação de 1770. Seguida de Carta a Marcus Herz. Lisboa: Imprensa Nacional, 1985.

KANT, I. Crítica da razão pura [1781/1787]. Tradução: Fernando Costa Matos. Petrópolis: Vozes, 2012.

KANT, I. “Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?†[1784]. In: Textos Seletos. Tradução: Floriano de Souza Fernandes. Petrópolis: Vozes, 1974.

KANT, I. “O que significa orientar-se no pensamento?†[1786]. In: Textos seletos. Tradução: Floriano de Souza Fernandes. Petrópolis: Vozes, 1974.

KANT, I. Crítica da faculdade de julgar [1790]. Tradução: Fernando C. Mattos. Petrópolis: Vozes, 2016.

KANT, I. À Paz perpétua [1795]. Tradução: Marco Zingano. Porto Alegre: L&PM, 2008.

KANT, I. Antropologia de um ponto de vista pragmático [1798]. Tradução: Clélia Martins, Márcio Suzuki (revisão) e Vinicius de Figueiredo (revisão). São Paulo, Iluminuras, 2002.

KANT, I. Lógica [1800]. Tradução: Guido de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992.

KANT, I. Sobre Pedagogia [1803]. Tradução: Francisco Cock Fontanella. 2. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1999.

KÃœHN, M. Kant: Eine Biographie. Munique: C.H. Beck, 2003.

LAURSEN, J. C. “The subversive Kant: The vocabulary of ‘Public’ and ‘Publicity’â€. In: Political Theory, vol. 14, no. 4, 1986.

MERRIT, M. Kant on Reflection and Virtue. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2018.

MÜLLEJANS, H. Publicus und Privatus im Römischen Recht und im Älteren Kanonisch Recht unter besonderer Berücksichtigung der Unterscheidung Ius publicum und Ius privatum. Munique: Hüber, 1961.

NOUR, S. À Paz Perpétua de Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

O’NEILL, O. Constructions of Reason: Explorations of Kant’s Practical Philosophy. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1989

PETRONE, G. L. “Il filosofo è soltanto un'ideaâ€, in: Kant, Immanuel. Enciclopedia filosofica. Milano, Bompiani, 2003, p. 5-61.

READINGS, B. The University in Ruins. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1996.

SANTOS, L. R. R. O cultivo das faculdades humanas nas Preleções de Kant sobre antropologia. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, 2016.

TERRA, R. “Humboldt e a formação do modelo de universidade de pesquisa alemãâ€. In: Cadernos de Filosofia Alemã, vol. 24, no. 1.

TREVISAN, D. K. Der Gerichtshof der Vernunft. Eine historische und systematische Untersuchung über die juridischen Metaphern der Kritik der reinen Vernunft. Würzburg: Königshausen & Neumann, 2018.

Downloads

Publicado

2020-12-03

Edição

Seção

Artigos