Algumas considerações em torno das pretensões da razão prática em Kant: a espontaneidade como chave para a “dedução” do princípio supremo da moralidade

Autores

  • João Geraldo Martins Cunha UFLA

Palavras-chave:

Kant, fundamentação, liberdade, espontaneidade, lei moral

Resumo

Neste trabalho, proponho uma interpretação para a polêmica terceira seção da Fundamentação à metafísica dos costumes de Kant, defendendo que a espontaneidade da razão cumpre um papel central para a prova da liberdade como fundamento da lei moral. Sem pretender tratar exaustivamente de toda esta seção (e dos diversos problemas envolvidos nela), farei um recorte bem preciso de textos e limitarei minhas análises apenas aos seus tópicos iniciais. Em primeiro lugar, (I) exponho alguns problemas mais gerais envolvidos nesta terceira seção; em seguida, (II) apresento meus argumentos em defesa da centralidade da espontaneidade da razão para a força conclusiva da prova pretendida por Kant; por fim, (III) exploro uma das possíveis consequências desta interpretação no que diz respeito à limitação (e articulação) entre uso teórico e uso prático da razão.

Referências

ALLISON, H. Kant´s Groundwork for the metaphysics of morals: a commentary. Oxford: Oxford University Press, 2011.

ALLISON, H. Kant´s theory of freedom. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

ALMEIDA, G. A. de. “Liberdade e moralidade segundo Kantâ€, Analytica, v. 2, n0 1, 1997, p. 175-202.

ALMEIDA, G. A. de. “Crítica, dedução e facto da razão†in: Analytica, Vol. 4, n0 1, 1999, p.57-84.

ALMEIDA, G. A. de. “Introdução do tradutor†in Fundamentação à metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial & Barcarolla, 2009, p.11-55.

BECK, Lewis White. A Commentary on Kant’s Critique of Practical Reason. Chicago: University of Chicago Press, 1960.

BRANDT, Reinhard. “Der Zirkel im dritten Abschnitt Von Kants Grundlegung zur Metaphysik der Sitten†In: Kant Analysen-Problem-Kritik. Würtburg: Königshausen & Neumann, 1988, p.169-191.

ESTEVES, Julio. “A dedução do imperativo categórico na fundamentação IIIâ€, Studia Kantiana, 5, 2004, p.61-78.

HANNA, Robert. Kant e os fundamentos da filosofia analítica. São Leopoldo: Unisinos, 2005.

HENRICH, Dieter. “The Deduction of the Moral Law: The Reasons for the Obscurity of the Final Section of Kant’s Groundwork of the Metaphysics of Moralsâ€. In: GUYER, Paul (org.). Kant’s Groundwork of the Metaphysics of Morals. Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, 1998, p. 303-341.

KANT, I. Crítica da razão prática. Trad. Monique Hulshof. Petrópolis: Editora Vozes, 2016.

KANT, I. Fundamentação à metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial & Barcarolla, 2009.

KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Fernando Costa Mattos. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.

KRAFT, Bernd & SCHÖNECKER, Dieter. “Einleitungâ€, Grundlegung zur Metaphysik der Sitten. Hamburgo: Felix Meiner, 1999.

LONGUENESSE, Béatrice. Kant et le pouvoir de juger: sensibilité et discursivité dans l´Analytique transcendentale de la Critique de la raison purê. Paris: PUF, 1993.

ROHDEN, Valério. Interesse da razão e liberdade. São Paulo: Editora Ãtica, 1981.

SCHÖNECKER, Dieter & WOOD, Allen. Kant´s “Grundlegung zur Metaphysik der Sitten†– Ein einführender Kommentar. Paderborn: Ferdinand Schöningh, 2002.

SCHÖNECKER, Dieter & WOOD, Allen. “How is a Categorical Imperative Possible?†in Grundwork for the Metaphysics of Morals. Ed. C. Horn and D. Schönecker. Berlim & New York: Walter de Gruyter, 2006, p. 301-323.

VUILLEMIN, Jules. “Kant’s moral intuitionism†in L´intuitionisme kantien. Paris: Vrin, 1994, p.57-70.

WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Trad. J. C. Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1975.

Downloads

Publicado

2020-07-08

Edição

Seção

Artigos