Seria Kant um determinista? Considerações acerca da solução da terceira antinomia

Autores

  • Luciano Vorpagel da Silva Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, Brasil)
  • Nilmar Pellizzaro Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, Brasil)

Palavras-chave:

Kant, liberdade transcendental, liberdade prática, causalidade natural, causalidade por liberdade, livre-arbítrio

Resumo

Este estudo é uma reconstrução crítica da solução de Kant ao suposto conflito entre a causalidade natural e causalidade por liberdade. Ao contrário do que pensam os críticos, a causalidade natural não pode ser interpretada nos termos do determinismo, já que isso conduziria a um colapso do sistema kantiano. Quanto à liberdade transcendental, Kant chega apenas a um conceito problemático, não contraditório; Quanto à liberdade prática, ela exerce uma ação efetiva no mundo dos fenômenos, embora não possa ser provada na Dialética e figure apenas como um postulado necessário. Diferente do que pensa Allison, a liberdade prática não pode ser considerada como relativa ou semicrítica, mas exige um caráter absoluto, o qual deve estar alinhado com a causalidade natural, seja esta uma causa material ou espiritual.

Referências

ALLISON, H. E. Kant’s Theory of Freedom. New York: Cambridge University Press, 1990.

ALLISON, H. E. El Idealismo Trascendental de Kant: uma interpretación y defensa. Trad. Dulce Maria G. Castro. Barcelona: Anthropos, 1992.

ALMEIDA, G. A. “Liberdade e moralidade segundo Kantâ€. Analytica, n. 1, v. 2, (1997), p. 175-202.

BECK, L. W. A Commentary on Kant’s Critique of Practical Reason. Chicago: University of Chicago Press, 1960.

BENNETT, J. La “Crítica de la razon pura†de Kant. Trad. Julio César Armero. Madrid: Alianza Editorial, v. 2, 1981.

GUYER, P. Kant and the claims of knowledge. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.

KANT, I. “Kritik der reinen Vernunft†In: KANT, I. Kant. Trad. Valerio Rohden e Udo Baldur Moosburger. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

KANT, I. Kritik der praktischen Vernunft. Trad. Valério Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

KANT, I. Die Metaphysik der Sitten. Trad. José Lamego. 2. ed. Lisboa: Fundação Clouste Gulbenkian, 2011.

PINTO, P. R. M. “O aspecto inovador da solução de Kant à s antinomias dinâmicas na Dialética Transcendentalâ€. Síntese, Belo Horizonte, n. 95, v. 29, (2002), p. 371-396.

SILVA, L. V. da. Natureza e liberdade: os fundamentos da causalidade em Kant. Tese (Doutorado em Filosofia), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016.

STRAWSON, P. F. The bounds of sense: an essay on Kant’s Critique of Pure Reason. London: Routledge, 1995.

WATKINS, E. “The Antinomy of Pure Reason, Sections 3-8â€. In: MOHR, G.; WILLASCHEK, M. (Orgs). Immanuel Kant: Kritik der reinen Vernunft. Berlin: Akademie Verlag, p. 447-464, 1998.

Downloads

Publicado

2018-04-12

Edição

Seção

Artigos