Observações críticas acerca da prova kantiana da objetividade das representações na Dedução Transcendental das Categorias

Autores

  • Fernando Sposito Yokoyama Universidade de São Paulo (São Paulo, Brasil)

Palavras-chave:

Kant, dedução transcendental, objetividade, ceticismo, idealismo transcendental

Resumo

De acordo com uma tradicional linha interpretativa, a Dedução Transcendental apresentada por Kant na Crítica da Razão Pura contém um argumento anti-cético que se propõe a provar a objetividade de nossas representações mentais. Embora acreditemos que esta seja uma interpretação correta da Dedução, o presente artigo pretende questionar o real alcance deste seu argumento anti-cético. Segundo nossa análise, para provar a objetividade das nossas representações Kant precisa se comprometer com a tese de que a conformidade dos fenômenos à nossa faculdade de cognição não é meramente contingente, mas necessária. Porém, defenderemos que esta mesma tese nos obrigará a atribuir aos princípios regulativos da razão e/ou ao chamado “princípio de conformidade a fins†um papel por meio do qual eles afetarão de maneira negativa os resultados “anti-céticos†supostamente obtidos pelo argumento da Dedução.

Referências

ALLISON, H. “Reflective judgment and the application of logic to nature: Kant’s deduction of the principle of purposiveness as an answer to Humeâ€. In. ALLISON, H. Essays on Kant, pp. 177-188. Oxford: Oxford University Press, 2012.

ALLISON, H. “Transcendental Affinity – Kant’s Answer to Humeâ€. In: BECK L. W. (ed.). Proceedings of the Third International Kant Congress, pp. 203-11. Dordrecht: D. Reidel Publishing Company, 1972.

ALMEIDA, G. A. “Consciência de si e conhecimento objetivo na ‘Dedução Transcendental’ da ‘Crítica da Razão Pura’â€, Analytica, v. 1, n. 1 (1993), pp. 187-219.

ALMEIDA, G. A. “Kant e o “Escândalo da Filosofiaâ€â€. PEREZ D. O. (org.). Kant no Brasil, pp. 137-66. São Paulo: Escuta, 2005.

AMERIKS, K. “Kant’s Transcendental Deduction as a Regressive Argumentâ€, Kant-Studien, 69 (1978), pp. 273-87.

DICKERSON, A. B. Kant on Representation and Objectivity. New York: Cambridge University Press, 2004.

FAGGION, A. Dedução Transcendental e Esquematismo Transcendental: O problema da possibilidade e da necessidade da constituição de objetos em Kant. Tese de Doutorado. UNICAMP, 2007. Versão digital em http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000415265&opt=4

FAGGION, A. “O problema da causalidade à luz do naturalismo de Hume e do Criticismo de Kant. In. KLEIN J. T. (org.). Comentários às obras de Kant: Crítica da Razão Pura, pp. 343-413. Florianópolis: NEFIPO, 2012.

GUYER, P. Kant and the claims of Knowledge. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.

GUYER, P. Knowledge, reason and taste: Kant’s response to Hume. Princeton and Oxford: Princeton University Press, 2008.

HUME, D. A Treatise of Human Nature. Volume 1. David Fate Norton and Mary J. Norton (ed.). Oxford: Oxford University Press, 2007.

HUME, D. An Enquiry concerning Human Understanding. Tom L. Beauchamp (ed.). Oxford: Oxford University Press, 1999.

HUME, D. Tratado da Natureza Humana. Trad. Serafim da Silva Fontes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

KANT, I. Crítica da Faculdade do juízo. 2ª ed. Trad. Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

KANT, I. Crítica da razão pura. 5ª ed. Trad. Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

KANT, I. Critique of pure reason. Trad. Paul Guyer e Allen W. Wood. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.

KANT, I. Critique of the power of judgment. Trad. Paul Guyer and Eric Matthews. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

KANT, I. Prolegomena to Any Future Metaphysics That Will Be Able to Come Forward as Science. Trad. Gary Hatfield. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

NOONAN, H. Hume on knowledge. London and New York: Routledge, 1999.

STRAWSON, P. F. The Bounds of Sense: An Essay on Kant’s Critique of Pure Reason. London and New York: Routledge, 1966.

WESTPHAL, K. Kant’s transcendental proof of realism. New York: Cambridge University Press, 2004.

WOLFF, R. P. Kant’s Theory of Mental Activity: A Commentary on the Transcendental Analytic of the Critique of Pure Reason. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1963.

YOKOYAMA, F. "Leis causais empíricas na Segunda Analogia e a suposta dependência de uma “harmonia pré-estabelecida". Studia Kantiana. v. 13, n. 19 (2015), pp. 63-88.

Downloads

Publicado

2018-04-12

Edição

Seção

Artigos