Leis causais empíricas na Segunda Analogia e a suposta dependência de uma “harmonia pré-estabelecida”

Autores

  • Fernando Sposito Yokoyama Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Kant, idealismo transcendental, Segunda Analogia da Experiência, causalidade, leis causais empíricas

Resumo

De acordo com o que podemos chamar de interpretação “forte†da Segunda Analogia da Experiência, o argumento de Kant estabelece a existência de leis causais empíricas que dizem respeito a totalidades de objetos e eventos que instanciam determinados tipos. Por outro lado, segundo os proponentes de uma interpretação “fraca†da Segunda Analogia, o esquema de causalidade seria aplicado apenas a objetos e eventos singulares. Este artigo irá propor uma interpretação que estará, em muitos aspectos, próxima de uma interpretação “fracaâ€, pois defenderemos que a Segunda Analogia não pode eliminar a possibilidade de que existam apenas o que Henry Allison denominou “leis instantâneasâ€. Nossa interpretação será apresentada como uma resposta aos argumentos de Paul Guyer e Kenneth Westphal, segundo os quais as teses centrais da Analítica Transcendental pressupõem uma “harmonia pré-estabelecida†entre nossas formas de síntese e os conteúdos empíricos da experiência.

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Publicado

2015-12-28

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Artigos