Reliability of motivations and the moral value of actions

Autores

  • Paula Satne

Resumo

Kant é interpretado frequentemente no sentido de que (a) somente ações praticadas por dever possuem valor moral, enquanto que (b) ações em conformidade com o dever são más ou moralmente inadmissíveis. Além disso, alega-se, muitas vezes, que c) possuir uma boa Gesinnung (isto é, um caráter virtuoso) é a condição necessária para que a ação de um agente possua valor moral. Isso significa que somente ações por dever praticadas por um agente virtuoso podem ser consideradas como possuindo valor moral. Este artigo argumenta que essa interpretação influente não é correta, mostrando que Kant está comprometido com (a), mas não com (b) ou (c). Mostra-se que tais ações podem ser corretas sem possuir valor moral, e ações podem possuir valor moral, mesmo que o agente não tenha um caráter virtuoso. Segue-se disso que, no sistema de Kant, pode-se distinguir três formas de apreciação moral: (i) virtude que é reservada para agentes que possuem um bom caráter, ou Gesinnung, (ii) valor moral que pertence a ações praticadas por consciência de dever, e (iii) correção que pertence a ações praticadas com base em máximas de que se pode querer que sejam leis universais. Isso significa que a ética kantiana não se ocupa apenas da correção ou incorreção de determinadas ações, nem que ele é, principalmente, uma ética de virtude. Antes, o sistema de Kant é complexo e permite diferentes formas de apreciação moral, em que se deixam integrar tanto uma perspectiva centrada na ação, como outra centrada no agente. 

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