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CON-TEXTOS KANTIANOS

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CON-TEXTOS KANTIANOS

número especial

tema

Teoria estética de Kant

editor
João Lemos (Instituto de Filosofia da Nova, Universidade Nova de Lisboa)

autores-convidados confirmados
David E. W. Fenner (University of North Florida)

Hannah Ginsborg (University of California, Berkeley)

Ido Geiger (Ben-Gurion University of the Negev)

Serena Feloj (University of Pavia)

Virginia Figueiredo (Federal University of Minas Gerais)

datas
publicação: dezembro de 2020

data-limite para a entrega dos artigos: 30 de junho de 2020

chamada para artigos

Con-Textos Kantianos – international journal of philosophy prepara uma edição especial relativa à teoria estética de Kant.

Embora reconhecida como tendo desempenhado um papel capital na emergência da estética como disciplina, ao longo dos dois últimos séculos a teoria estética de Kant foi perdendo destaque nos debates mais populares da estética e da filosofia da arte.As razões são inúmeras. Entre elas, certamente uma alegada inadequabilidade da teoria de Kant, insistentemente conotada com formalismos estéticos, à intensificação do comprometimento moral e político da prática artística, nomeadamente ao longo do século xx.Dos anos 70 até ao virar do milénio o interesse na estética de Kant reacendeu-se, com trabalhos exaustivos como os de Guyer 1979 ou Allison 2001, entre outros; mas um tal labor teve um efeito muito maior no interior dos estudos kantianos do que no quadro geral da estética e da filosofia da arte – aí, a teoria de Kant continuou a ser mencionada principalmente como mero momento de uma história que já muito dele se distanciou.E, no entanto, questões como a da normatividade estética ou do eventual lugar das considerações éticas e políticas na apreciação estética continuam por resolver.No que diz respeito à primeira, valerá a pena repensar a proposta kantiana de um juízo que é subjectivo e ao mesmo tempo se anuncia como universalmente válido, que se baseia num sentimento de prazer e reivindica o assentimento de qualquer um – vejam-se, nesse âmbito, para além dos já referidos estudos de Guyer 1979 ou Allison 2001, mais recentemente, os de Chignell 2007, Ginsborg 2015, Feloj 2018 ou Zangwill 2019, entre inúmeros outros –, e, nesse sentido, reanalisar noções como as de universalidade subjectiva, necessidade exemplar, sentido comum ou voz universal. No que concerne ao lugar das considerações éticas e políticas na apreciação estética, poderá constituir uma mais valia retomar a proposta de Kant enquanto capaz de conceber um tipo de apreciação que, sem deixar de ser estética, se mostra receptiva à contemplação de questões éticas e políticas – veja-se, nesse contexto, a discussão relativa à beleza aderente empreendida nos trabalhos de Schaper 1979 e Stecker 1987 ou, mais recentemente, nos de Mallaband 2002 ou Zuckert 2007. É significativo acrescentar, a propósito, que qualquer uma das questões referidas poderá ser relacionada com a conexão entre beleza e moralidade, belo e moralmente bom, estético e ético, sugerida por Kant. Vemo-lo, no que concerne à normatividade estética, por exemplo nos trabalhos de Elliott 1968, Crawford 1974, Rogerson 1982 ou Savile 1987; e vemo-lo, no que respeita ao lugar das considerações éticas e políticas na apreciação estética, nos trabalhos de Scarre 1981 ou Kalar 2006, entre outros.

As duas questões mencionadas não esgotam, ainda assim, os modos como a teoria de Kant poderá revelar-se relevante para as discussões correntes dos âmbitos da estética e da filosofia da arte. Fará sentido, hoje, colhidos os frutos do ataque de Dickie 1964 às teorias da atitude estética, perguntar como poderão as considerações de Kant acerca de uma contemplação serena e tranquila e de um prazer desinteressado ajudar-nos a pensar versões recentes das referidas teorias, como a de Fenner 1996. Ademais, a teoria de Kant poderá igualmente mostrar-se pertinente para pensarmos tópicos que à primeira vista se afiguram extrínsecos aos âmbitos da estética e da filosofia da arte, entre eles o tópico geral da relação do juízo de gosto com o conhecimento. Deverão ser tidos em conta, neste contexto, os estudos que têm vindo a ser desenvolvidos por autores como Ginsborg 1990, Longuenesse 1998 ou Geiger 2010, por exemplo.Estas e outras questões – concernentes a problemas lançados por Kant e ainda não resolvidos e a discussões correntes da estética e da filosofia da arte para as quais a teoria de Kant poderá ser relevante – serão abordadas no próximo número de Con-Textos Kantianos – international journal of philosophy.

O editor convida os interessados a submeterem os seus artigos relativos à teoria estética de Kant para o endereço de email:

contextoskantianos@gmail.com.

Os artigos deverão estar preparados para revisão cega e não poderão exceder as 12.000 palavras. As normas poderão ser consultadas em:

https://www.con-textoskantianos.net/index.php/revista/about/submissions.

Um segundo documento (incluindo autoria, afiliação institucional e contacto) deverá ser enviado para o mesmo endereço de email. A data-limite para a submissão é o dia 30 de junho de 2020.

CON-TEXTOS KANTIANOS

special issue

theme

Kant’s aesthetic theory

editor
João Lemos (Nova Institute of Philosophy, Nova University of Lisbon)

confirmed keynote-authors
David E. W. Fenner (University of North Florida)

Hannah Ginsborg (University of California, Berkeley)

Ido Geiger (Ben-Gurion University of the Negev)

Serena Feloj (University of Pavia)

Virginia Figueiredo (Federal University of Minas Gerais)

important dates

publication: December 2020

deadline for submissions: 30 June 2020

call for papers

Con-Textos Kantianos – international journal of philosophy prepares a special issue on Kant’s aesthetic theory.

It is generally acknowledged that Kant’s aesthetic theory played a central role in the emergence of aesthetics as a discipline. However, Kant seems to have lost any relevance during the last two centuries with respect to the most popular debates within aesthetics and philosophy of art.Among the many reasons for this is the alleged inadequacy of Kant’s account, which tended to be represented as a form of aesthetic formalism – a theory that fell out of favour in the 20th Century, due to an increasing emphasis on moral engagement in artistic practices.From the 1970s to the beginning of the new millennium, works by commentators such as Guyer 1979 and Allison 2001, among others, have led to a renewed interest in Kant’s aesthetics. However, such works have had a stronger effect within Kantian studies than in the general sphere of aesthetics and philosophy of art, where Kant’s theory is mentioned merely as a moment in a tradition of thought that has long since moved on.And yet, many of Kant’s questions remain to be answered, including the nature of aesthetic normativity and the place of ethical and political issues within aesthetic appreciation.With respect to the former, it would be worth rethinking Kant’s proposal that a subjective judgment grounded in a feeling of pleasure can be universally valid and demand everyone’s assent – see, besides the abovementioned Guyer 1979 and Allison 2001, more recently, Chignell 2007, Ginsborg 2015, Feloj 2018 or Zangwill 2019, among many others. There remains important work to do in analysing related notions such as subjective universality, exemplary necessity, common sense, or universal voice.As for the place of ethical and political issues within aesthetic appreciation, it would be valuable to return to Kant’s notion of a kind of appreciation that, while being aesthetic, welcomes contemplation of ethical and political issues – see, in this context, the discussions of adherent beauty in Schaper 1979, Stecker 1987, or, more recently, Mallaband 2002 or Zuckert 2007.The answers to both questions shed light on the links drawn by Kant between beauty and morality, the beautiful and the morally good, aesthetics and ethics. With regards to aesthetic normativity, these links have been discussed by Elliott 1968, Crawford 1974, Rogerson 1982 and Savile 1987. With respect to the place of ethical and political issues within aesthetic appreciation, see Scarre 1981 or Kalar 2006, among others.There are many further ways in which Kant’s theory is relevant to current debates about aesthetics and philosophy of art. In particular, Kant’s account of calm contemplation and disinterested pleasure is a rich resource for evaluating and expanding upon the more recent responses to Dickie 1964’s attack on theories of the aesthetic attitude, such as the response given by Fenner 1996. Furthermore, we have much to learn from the broad scope of Kant’s theory, which addresses issues that at first glance look external to the ambits of aesthetics and philosophy of art. At a very general level, Kant raises important questions about the relation between judgments of taste and cognition. In this context, Ginsborg 1990, Longuenesse 1998 or Geiger 2010, among others, should be considered.To sum up, this special issue will address problems raised by Kant which are still to be solved, and contribute to current debates in aesthetics and philosophy of art to which Kant’s theory is relevant.

The editor invites authors to submit papers on Kant’s aesthetic theory to the following email address:

contextoskantianos@gmail.com.

Papers should be prepared for blind-review and should not exceed 12.000 words. Guidelines can be found at

https://www.con-textoskantianos.net/index.php/revista/about/submissions.

A separate cover letter (including name, institutional affiliation, and contact information) must be sent to the same email address. The deadline for submissions is 30 June 2020.

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